Pesquisa global revela que 60% dos brasileiros admitem ter caído em alguma fake News em algum momento da vida. Número é 14% maior que a média global.
A produção de Fake News no mundo não para de crescer e cada vez mais bombardeia as pessoas com informações falsas. No caso do Brasil, ganha terreno fértil com as eleições e a forte polarização em torno da política. Saber identificar o que é Fake News e buscar fontes de informações confiáveis se torna essencial para evitar casos em que elas influenciaram decisões políticas importantes tais como a eleição presidencial dos Estados Unidos e a saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
Em relação ao Brasil, a Ipsos, em pesquisa global sobre Fake News, bolhas de informação, verdade e pós verdade, aponta que 62% de brasileiros admitem ter acreditado em uma Fake News até descobrir que era falso. Nesta pesquisa o Brasil surge como o país com população que mais caiu na “armadilha” das fake news, seguida por Arabia Saudita e Coreia do Sul – ambas com 57%.
Individualmente, 62% dos brasileiros consideram saber identificar melhor as Fake News em comparação à média dos seus concidadãos. Esse número cai para 55% quando consideram as percepções acerca de conhecimento sobre a realidade social do país.
Isto se relaciona com um impacto psicológico que de forma mais ou menos velada acompanha a dinâmica de avaliação de notícias falsas e sua reprodução: a tendência de tentar responder perguntas de forma mais simples quando a resposta necessita muita análise. Nesses casos as Fake News ganham importância por encurtar e propiciar a população respostas imediatas e que se aproximam de suas crenças e posicionamentos.
Em todo período eleitoral as pesquisas de intenção de voto se tornam assunto nos meios de comunicação e na sociedade. As pesquisas alimentam intensos debates sobre suas veracidades e a legalidade de suas divulgações. Independente de qualquer julgamento, apresentamos uma série de aspectos que o eleitor deve atentar ao analisar os resultados de uma pesquisa pública. Selecionamos os pontos que consideramos mais importantes para o eleitor ter maior entendimento e compreender algumas diferenças nos resultados.
Bolhas informativas:
Essa dinâmica de consumir e reproduzir informações apenas de fontes similares ao que acredita acompanha outro fenômeno que se relaciona as Fake News: a criação de bolhas de informações.
Na pesquisa, 60% da população brasileira afirma que os brasileiros só buscam informações em fontes que pensam de forma similar a eles. No entanto, apenas 38% concorda que vive em sua própria bolha de informação.
Políticos como a principal fonte de desinformação
Sobre as principais fontes que propagam a falsas informações, 49% dos brasileiros acreditam que os políticos são a principal causa que exista desconhecimento sobre a realidade social no Brasil.
Esta avaliação se explica e ganha espaço no país devido as experiências políticas recentes no país e a proximidade das eleições no qual se inundam de fake News em redes sociais e na boataria informações falsas sobre diversos políticos.
Para além dos políticos, 47 % apontam a mídia como fonte de desinformação da população.
#chegadeachismo
A desinformação e a crença em informações falsas não se encontram apenas em redes sociais e nas bolhas informativas. Em meios empresariais muitas vezes é pautado por informações falsas ou sem embasamento na realidade. Por isso a Cuali continua a destacar a campanha #chegadeachismo, buscando prevenir empresas sobre o desperdício de tempo e investimento em escolhas e tomadas de decisões sem base em pesquisas e informações concretas.
Informações técnicas sobre a pesquisa
A pesquisa foi realizada através de painel de respondentes online entre junho e julho de 2018 com 19,243 entrevistados em mais de 27 países. No caso do Brasil, por não ter um nível maior de acesso a internet há uma tendência da população ter maior grau de educação e ter características mais urbanas do que a população em geral.
62% dos brasileiros admitem já ter acreditado em uma Fake News em algum momento da vida